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12 de novembro de 2013
Jucese – parceria com instituições de assistência a jovens carentes inicia digitalização de acervo

em 14/06/2011

     Facilitar a consulta de dados cadastrais de empresas na Junta Comercial de Sergipe (Jucese) via Internet, à medida que contribui para a inclusão de jovens carentes e a ressocialização de jovens infratores no mercado de trabalho. A proposta do órgão, que é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), está sendo desenvolvida desde maio último através de parceria com instituições de apoio às crianças e adolescentes, que encaminham os aprendizes para trabalharem na digitalização dos documentos constantes no acervo da Jucese, datados de 114 anos. Atualmente oito jovens – na faixa etária dos 16 aos 21 anos – estão participando de treinamento no órgão, a fim de atuarem no Projeto 100% Digital, que terá início na primeira semana de julho e prevê a digitalização de 200 mil folhas no período de um ano.                  

      “Essa é uma forma de preservamos a história da Jucese, que se mescla diretamente com a história de Sergipe, nesse pouco mais de um século de existência da Junta. Mas é também uma maneira de apoiarmos jovens que precisam de uma oportunidade para se tornarem verdadeiros cidadãos. E fazer com que essas moças e rapazes possam conhecer o passado de nossa sociedade é fundamentar neles valores importantes, pois uma sociedade só é completa quando respeita sua memória”, ressaltou o secretário Zeca da Silva, da Sedetec.                  

       De acordo com o diretor-presidente da Jucese, Vinícius Mazza, o processo de digitalização dos documentos está previsto em todas as Juntas Comerciais do país, mas aqui em Sergipe, graças a essas parcerias, não acarretará em despesa alguma para o órgão. “Em média estão sendo investidos pelas demais Juntas em torno de R$ 500 mil, mas com o trabalho que vem sendo desenvolvido na Jucese, através dos adolescentes contratados, vamos realizar a custo zero”, disse ao observar que cabe às instituições parceiras subsidiarem os gastos com a mão de obra do jovem aprendiz. Os menores assistidos perfazem uma carga horária de quatro horas diárias em dois turnos de trabalho.                   

       Segundo ele, ao todo o projeto deverá contar com a participação de 24 jovens. “No momento estamos treinando oito adolescentes vindos da Fundação Renascer e ainda vamos contar com oito monitores que serão cedidos através de parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS)”, ressalta Vinícius ao destacar que outras parcerias estão sendo finalizadas para o egresso de mais jovens no projeto. “Além de dar a oportunidade de aprenderem um ofício e serem inseridos no mercado, os que se destacarem certamente serão absorvidos pela Jucese ou até em outras empresas para onde seguirão com nossa carta de recomendação”, afirmou o diretor-presidente, para quem o trabalho de parceria junto às instituições só está sendo possível graças a iniciativa de Eduardo Garcez e Jorge Kleber, coordenador de Tecnologia da Informação e secretário geral da Jucese, respectivamente.                          

        Para a menor K.S.S,17 anos, que é assistida pela Fundação Renascer, no Abrigo Isabel Abreu, essa foi a oportunidade encontrada de ocupar seu tempo ocioso e sair das ruas. “Agora estou aprendendo uma nova função, em um ambiente bom e com pessoas legais, diferente do que eu encontrava na rua, onde eu passava a maior parte dos meus dias”, declarou. “Aqui o pessoal está sempre pronto a ajudar, a ensinar as técnicas, é uma oportunidade e tanto para melhorarmos de vida e termos um futuro melhor, só é preciso saber aproveitar”, afirmou W.S.A., 19 anos, egresso da Fundação Renascer, onde foi assistido entre os anos de2007 a2010, conforme ele mesmo define “por ser muito rebelde, ter parado de estudar e estar sempre em conflito com os pais”. “Estou me sentindo mais útil desde que vim trabalhar aqui. Agora sei que tenho valor”, diz J.S.B., 21 anos, que estuda o supletivo do primeiro grau. “O trabalho é interessante e ainda nos dá uma renda mensal”, afirma satisfeito.                                 Na Jucese os jovens estão sob a coordenação de Iracema Arcieri Melo, chefe do setor de Registro de Comércio do órgão e funcionária da casa há 29 anos. “Enquanto cartório mercantil, a Jucese tem muitas empresas em seu acervo, o que faz com que a digitalização seja de extrema necessidade, sem falar que, aliado a isso, temos a proposta de ressocializar esses jovens, que mesmo carregando um histórico de exclusão social e, embora tenhamos iniciado as atividades em 18 de maio último, já estão surpreendendo pela dedicação ao trabalho”, afirmou ao explicar que a atividade consiste na preparação dos documentos para limpeza, escaneamento do material, digitalização e descarte. Fonte: Sedetec

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