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11 de junho de 2014
Tradutores selecionados pelo Governo terão atuação primordial durante a Copa

No início do mês de abril, o governador Jackson Barreto empossou os tradutores juramentados e intérpretes comerciais credenciados através de concurso da Junta Comercial de Sergipe (Jucese) e da Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). Cerca de 30 profissionais tomaram posse para atuar em diversos idiomas. Abria-se ali um mercado em franca expansão no Brasil, especialmente com a realização de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo, que começa em junho, e as Olimpíadas, que serão realizadas em 2016. 

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É certo que não existe um número específico em relação à quantidade de profissionais que serão necessários para trabalhar durante estes eventos, mas, certamente, haverá aumento na demanda em todo o Brasil. “Pois a Copa do Mundo é o principal acontecimento esportivo deste ano e necessariamente ensejará significativo aumento do volume de negócios e da entrada de capitais no País”, justifica Jorge Rogerio Penha Rodrigues, um dos tradutores empossados.

 

Para ele, haverá significativo aumento do fluxo turístico, com evidentes benefícios para o mercado interno. “Também entram nesse cômputo as delegações estrangeiras que virão ao Brasil durante a Copa, bem como suas estruturas e pessoal de apoio. Tudo considerado, vejo uma sinergia significativa que certamente beneficiará todos os setores da economia e principalmente o setor de serviços, com reflexos também no trabalho dos tradutores públicos e intérpretes comerciais”, analisa Jorge. tradutoresum

O tradutor Erick Pedreira Munne, também empossado no concurso da Jucese, concorda. “A Copa será um intercâmbio de torcedores de muitas nacionalidades em solo brasileiro, o que certamente trará oportunidades de negócios para o Brasil, inclusive para os tradutores públicos”, afirma. E esses benefícios não se restringirão às cidades-sede. Erick acredita que Sergipe, que abrigará a seleção da Grécia durante o evento, também terá o mercado fortalecido. “O movimento de turistas estrangeiros deve aumentar durante e após o evento”, opina.

Para Jorge, de fato, haverá uma demanda crescente durante o Campeonato. “Sergipe, por sua localização estratégica nas proximidades de Salvador e Recife, duas das sedes da Copa, também usufruirá do turismo gerado nesse período. Ainda não há dados suficientes para estimar-se até que ponto nós seremos beneficiados com esse aumento do fluxo de negócios, mas acredito que poderá haver um aumento de trabalho bastante perceptível no período”, argumenta.

Demandas

Mas em quais áreas os tradutores e intérpretes devem ser mais cotados? Segundo Jorge, os destaques serão especialmente os serviços de interpretação, nas modalidades de acompanhamento (quando o intérprete acompanha uma ou mais pessoas a reuniões de negócios, eventos de mídia, acontecimentos sociais e esportivos etc), telefônica e por videoconferência, em vista da transnacionalidade do evento e da necessidade de transmitir para o mundo, minuto a minuto, notícias relativas à Copa. tradutoresdois

E, nesse cenário, o inglês se configura praticamente como idioma oficial, já que, hoje, é a língua franca mundial, papel que no passado recente cabia ao francês. “Não tenho informações exatas, mas, com base na minha experiência de mais de 20 anos como tradutor e intérprete, estimo que pelo menos 70% a 80% do volume de serviços de tradução e interpretação prestados no mercado brasileiro têm a língua inglesa como partida ou destino. Em segundo lugar temos o espanhol, em crescimento constante e estável”, revela Jorge.

De qualquer forma, para o tradutor, independentemente da Copa do Mundo, o fato de Sergipe ter aberto esse campo de trabalho é muito importante para a economia do Estado. “A falta desses profissionais representava um obstáculo considerável à concretização de negócios internacionais e à celebração de parcerias comerciais e empresariais entre empresas do exterior e o empresariado local. Claro, havia a possibilidade alternativa do uso dos serviços de tradutores “ad hoc”, mas a burocracia envolvida tornava-o complexo, demorado e caro. Com a recente nomeação e posse, esses inconvenientes deixaram de existir e a realização de negócios no Estado ficou muito facilitada”, garante o profissional.

Jorge ressalta que, naturalmente, existe um período de adaptação a uma nova cidade, um novo estilo de vida, um novo sistema de trabalho. Mas que, ainda assim, a procura pelos serviços dele está em crescimento. “Estou otimista quanto às minhas perspectivas profissionais futuras. Acrescento que alguns colegas com quem tenho contato constante confirmam essa impressão: eles também têm a percepção de uma tendência de aumento do nosso fluxo de trabalho”, destaca.

Erick Munne compartilha da opinião. “Pode haver estrangeiros de mudança para o Brasil, com a necessidade de tradução de documentos, contratos sendo firmados entre empresas nacionais e internacionais, ou estrangeiros realizando eventos no Brasil. Já tive algumas consultas, mas nenhum cliente que tenha efetivamente utilizado meus serviços”, comenta.

Além do trabalho escrito, os profissionais destas áreas poderão atuar em hotéis, restaurantes, aeroportos e outros locais turísticos. A demanda também será alta pela atuação oral, atividade realizada pelo intérprete. Eles podem trabalhar por conta própria ou então para agências que coletam solicitações no mercado e repassam aos profissionais vinculados. “É muito importante para Sergipe, neste momento, já contar com tradutores juramentados e intérpretes comerciais credenciados pelo Governo. Temos excelentes expectativas e ficamos honrados em poder colaborar com o crescimento do nosso Estado”, comemora George da Trindade Gois, presidente da Jucese.

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